O Secretário de Saúde de Fernandópolis, José Martins Pinto Neto, concedeu entrevista à assessoria da Prefeitura, destacando as medidas adotadas para conter o avanço da dengue, que já é considerada uma epidemia na cidade. Enfermeiro e professor universitário, Martins enfatizou a importância de buscar atendimento médico ao surgirem os primeiros sintomas da doença.  
  
O mutirão de combate à dengue contará com a participação de sete secretarias municipais e reforçará a prevenção e o atendimento à população. A seguir, os principais pontos abordados na entrevista:  

Epidemia confirmada  
Segundo José Martins, o aumento no número de casos reflete uma tendência continental, agravada pela falta de testes rápidos como o NS1, que poderiam agilizar o diagnóstico.  

Protocolo de Enfermagem para otimizar atendimentos  
Mesmo com 203 dos 615 funcionários da saúde em férias, as atividades seguem intensificadas. Um novo Protocolo de Enfermagem, aprovado por órgãos jurídicos e pelo Conselho de Enfermagem de São Paulo, já está em prática. "Os enfermeiros estão aptos a realizar atendimentos, solicitar exames e administrar medicações básicas, o que garante maior agilidade nos cuidados", explicou o secretário.  

Organização no atendimento  
Nas UBSs, os enfermeiros atendem pacientes pela manhã, podendo solicitar exames, indicar hidratação oral e avaliar a necessidade de encaminhamento médico para casos mais graves. A UPA, atualmente com mais de 400 atendimentos diários, reforça a orientação para que os sintomas sejam tratados desde o início.  

Visitas dos agentes de saúde  
José Martins reforçou que a colaboração da comunidade é essencial, recebendo os agentes de saúde em casa. “Eles sempre estarão identificados e trabalham na prevenção, orientação e atualização dos cadastros”, ressaltou.  

Com o mutirão e a união das secretarias municipais, a prefeitura espera controlar a epidemia e conscientizar a população sobre a importância da prevenção. 

ENTREVISTA

José Martins, da Saúde: “não podemos perder tempo”

Mutirão de combate à dengue mobilizará sete Secretarias Municipais
O Secretário da Saúde de Fernandópolis, José Martins Pinto Neto, falou com a assessoria de imprensa da Prefeitura após a reunião com os agentes de Saúde no auditório do Paço. Enfermeiro de profissão, professor universitário e portador de vasto currículo acadêmico, ele entende que não se pode perder tempo e alerta a comunidade para que procure ajuda médica logo que notar os primeiros sintomas da dengue, que já considera como “epidemia”. A seguir, a entrevista do Secretário:

SECOM – A atual incidência de casos de dengue no município já pode ser considerada uma epidemia?

JOSÉ MARTINS: Sim. É um problema do continente americano, do Brasil, do Estado de São Paulo e de Fernandópolis. Toda doença tem o chamado “iceberg epidemiológico”, do qual só se vê a ponta. O NS1 é uma proteína não-estrutural do vírus liberada nos primeiros dias. O ideal é oferecer o teste, mas não o temos. Pena, porque esse teste já confirmaria a doença.

SECOM – Dos 615 funcionários da Saúde, 203 estão de férias. Existe a possibilidade de suspendê-las?

JOSÉ MARTINS: Nós já analisamos essa situação, mas preferimos manter as férias dos colaboradores. Criamos um Protocolo de Enfermagem, onde os enfermeiros realizarão atendimentos aos pacientes com dengue ou com suspeita. Então, com base legal na fundamentação jurídica que permite que os enfermeiros façam a prescrição de alguns medicamentos, intensificaremos o atendimento. O Protocolo de Enfermagem já foi submetido ao Departamento jurídico e ao Conselho de Enfermagem de São Paulo. Desde ontem (quinta-feira, 9), está implantado.

SECOM – Como é feito esse atendimento?

JOSÉ MARTINS: As pessoas, quando chegarem pela manhã à UBS, além do médico, também terão o atendimento dos enfermeiros na verificação da suspeita de dengue, porque em vez do paciente ficar esperando, o enfermeiro já pode solicitar um hemograma ou outros exames que colocamos no Protocolo e a hidratação oral, como uma situação emergencial. Enfim, isso otimizará o atendimento. E, caso o paciente precise de hidratação na veia, será encaminhado ao médico. Quando chegarem os resultados dos exames, o enfermeiro avaliará: se estiverem dentro dos parâmetros desejados, continuaremos acompanhando na UBS e qualquer alteração redundará no encaminhamento ao médico, seja na unidade da UPA ou da Santa Casa, dependendo da gravidade. O principal problema da dengue é a desidratação do paciente. Claro que também são observadas as plaquetas, o que é muito importante, mas o principal é a desidratação do paciente. Se conseguirmos hidratá-lo, o desfecho será muito melhor. Os enfermeiros são capacitados para colocar em prática as medicações básicas.

SECOM – Como está o movimento na UPA?

JOSÉ MARTINS: A UPA está prestando mais de 400 atendimentos por dia. É importante que o paciente busque atendimento a partir dos primeiros sintomas. Não pode negligenciar, muitas vezes o atraso pode levar ao agravamento.

SECOM – Como a comunidade deve proceder durante as visitas dos agentes?

JOSÉ MARTINS: Deve receber os agentes em suas casas, eles estarão sempre em duplas e com identificação. Eles são fundamentais na prevenção e orientação da população, além de manter atualizados os cadastros dos pacientes.  


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