Após mais um reajuste, o botijão de gás de cozinha de 13 quilos já está sendo encontrado por até R$ 90 em Rio Preto. Mas quem pesquisar, ainda pode encontrar o produto pelo valor mínimo de R$ 73.

O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) teve aumento de cerca de 5% (R$ 0,14 por quilo). Com o reajuste, o gás de botijão passou a custar 2,91 por quilo (ou R$ 37,79 por 13 kg) nas refinarias, seguindo reajuste anunciado pelo Petrobras no último dia 8. Segundo nota da Petrobras, é os valores praticados pela empresa são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo, onde ainda são acrescidos tributos federais e estaduais, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores.

Em Rio Preto, o consumidor pode encontrar o botijão de gás pelo menor valor de R$ 73 e pelo maior de R$ 90 para retirada nas distribuidoras. Quem opta por receber em casa vai pagar entre R$ 78 e R$ 90. A diferença entre o valor registrado na última pesquisa feita pelo Diário, dia 29 de dezembro, é de R$ 5 no maior valor e de R$ 3 no menor valor para retirada no local. Na opção com entrega, a diferença é de R$ 5 nos dois casos.

De acordo com o presidente da Associação de Revendedores de Gás de Rio Preto, Éder Freitas, o novo ajuste é devido a variação do dólar e ao preço do barril de petróleo no exterior. "O déficit dos cofres públicos também é um fator. As dívidas governamentais são repassadas em forma de tributos, que acabam encarecendo as mercadorias", disse.

Éder afirma que os aumentos vêm acontecendo mensalmente desde março de 2020. Segundo ele, os reajustes devem seguir durante um bom tempo.

Esses aumentos constantes têm gerado um impacto na renda dos distribuidores de gás. É o que diz o revendedor Roberto Bastos Santos, que está na profissão há 22 anos: "Os revendedores legalizados, hoje, possuem uma margem de lucro muito baixa, basicamente trabalhamos para pagar impostos", afirmou.

Segundo ele, os reajustes tem acontecido sucessivamente e esse preço acaba sendo repassado para os clientes, que não entendem o porquê de mais um aumento. "Anteriormente, os anúncios de aumento aconteciam em um prazo maior e, quando aconteciam, tínhamos tempo de avisar aos consumidores que o preço seria alterado, então eles tinham um período para se organizarem financeiramente e, às vezes, até compravam um gás reserva, coisa que hoje é difícil de acontecer", relata o distribuidor.

Lídia Ferreira Testi é chefe de cozinha e usa o gás de sua residência para uso da família e para preparar seus pratos e encomendas, que são parte da sua fonte de renda. Segundo ela, o início da pandemia trouxe um aumento na demanda de pedidos, proporcionalmente elevando o consumo de gás em sua casa. "Antes da pandemia o gás durava dois meses em casa, agora dura em média 35 dias", relata.

Apesar do crescimento dos pedidos nos últimos meses e do ainda alto consumo de gás, Lídia afirma que tem observado o número de pedidos cair conforme cada novo aumento do preço do produto, porque o aumento acaba sendo repassado no valor de seus pratos, os deixando mais caros. Para economizar e manter as vendas, a chefe opta por utilizar menos o forno, fazendo pratos que possam ser preparados em lugares alternativos.


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